quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Capitão América: O Primeiro Vingador

O tom aventuresco do filme (a la Indiana Jones) está presente até mesmo no cartaz
 Após os filmes do Homem de Ferro, Thor e Hulk, ainda faltava apresentar um certo Sentinela da Liberdade nos cinemas antes de reunir a todos estes personagens em Os Vingadores. Capitão Amércia: O Primeiro Vingador cumpre justamente esse papel.

Para contar a história de Steve Rogers (Chris Evans), um rapaz franzino e muito determinado, somos levados de volta aos tensos anos da 2ª Guerra Mundial. A Hidra, dissidência tecnológica dos nazistas, liderada pelo temido Caveira Vermelha (Hugo Weaving), garante o avanço de suas forças sobre os aliados durante o confronto. Para combatê-los faz-se necessário um líder, herói ou símbolo, enfim, alguém para instigar os aliados nessa guerra. E é justamente atrás de alguém assim que o General Chester Phillips (Tommy Lee Jones) está atrás. Embora, nem ele mesmo acredite muito nessa busca.

Aí entra o destemido Rogers. Apesar do físico mirrado (excelente efeito que sobrepõe o rosto de Evans sobre o de um rapaz bem magro), este mostra-se motivado o suficiente para lutar pelo que acha correto e enfrentar o árduo treinamento do exército. Se existia alguma dúvida sobre a coragem do rapaz, ela é sanada completamente na cena da granada. Rogers então serve de cobaia para o experimento do supersoldado e adquire todas as habilidades físicas que não dispunha anteriormente. Mas sua maior habilidade permance sua firmeza de caráter. 

O uniforme e escudo do personagem são funcionais nas cenas de ação
O contexto da guerra confere ao filme aquele tom aventuresco presente nos filmes de Indiana Jones. O que é muito bem-vindo. Embora, nem sempre os confrontos entre o herói e os soldados da Hidra ou até mesmo contra o Caveira Vermelha sejam tão empolgantes quanto poderiam ter sido. O uniforme do Capitão América é completamente funcional e o uso que o herói faz de seu escudo durante suas lutas é bem fiel aos quadrinhos. 

Assim como Homem de Ferro 2, o problema é a desnecessária inserção de elementos que não ajudam a contar a história. Estão ali tão e somente para fã de quadrinhos ver. A presença de Howard Stark (Dominic Cooper), pai do Homem de Ferro, por exemplo, é irrelevante. Algo que acaba por prejudicar outros detalhes mais pertinentes tais como o relacionamento entre Rogers e Peggy Carter (Hayley Atwell).

Por outro lado, Chris Evans calou a boca de muito gente (inclusive a minha) com sua atuação. Muitos receavam que o ator desapontasse como um personagem de tanto peso quanto o Capitão, mas ele surpreende ao deixar de lado a canastrice apresentada em trabalhos anteriores. Além de conferir ao personagem a seriedade que este exige, Evans também consegue transmitir as incertezas e frustrações que o personagem sente em algumas passagem do filme. Destaque para a cena em que o herói é utilizado como garoto propaganda pelo exército e nenhum soldado o leva a sério.

Talvez o filme mais díficil a ser produzido pelo Marvel Studios devido ao sentimento anti-americano que existe mundo afora (dái o subtítulo "O Primeiro Vingador"). Seus realizadores obtiveram êxito na empreitada por não apresentar um homem patriota correndo por aí vestindo a bandeira de seu país, mas por apresentar um herói de verdade no sentido mais clássico da palavra.

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