sábado, 26 de novembro de 2011

Batman - O Cavaleiro das Trevas

O Coringa de Heaher Ledger é perturbador!
Há alguns anos, eu escrevi uma resenha de Batman Begins onde eu lamentava o fato de que dificilmente veria um filme do Batman melhor do que aquele. Entretanto, para minha alegria, eu queimei minha língua quando fui ao cinema prestigiar o embate ideológico entre o homem-morcego e o palhaço príncipe do crime apresentado em Batman – O Cavaleiro das Trevas.

O filme funciona tão bem em tão diferentes aspectos que até a tarefa de enumerá-los é complicada. Se a obra original procurava revelar quem era Bruce Wayne (Cristian Bale) e porque ele decidiu fazer o que ele faz, esta sequencia mostra que tipo de herói seu alter ego poderá se tornar. “Morra como um herói ou viva o suficiente para se tornar o vilão” é um dos mantras que norteiam o filme. Algo a ser completamente compreendido apenas na última cena do filme. Bem como o que vem a ser a essência de um cavaleiro das trevas.

Enquanto esse cavaleiro negro não desponta na tela, nós somos apresentados a outro: Harvey Dent (Aaron Eckhart), o cavaleiro branco de Gothan, um promotor público implacável que junto a James Gordon e Batman formam um trio que está prestes a colocar praticamente todos os criminosos atrás das grades.
A sensacional batpod é o novo "brinquedo" do Cavaleiro das Trevas

O que ninguém esperava era o surgimento de um criminoso tão genial quanto doente que se valerá do medo para colocar a cidade inteira de joelhos. O Coringa (Heather Ledger em uma atuação perturbadora) não quer dinheiro ou poder, ele quer apenas ver o circo pegar fogo. Ou seja, um criminoso que nem o Batman consegue compreender e irá testá-lo até os seus limites.

Talvez para o homem morcego o mais perverso será perceber que ambos possuem mais aspectos em comum do que ele gostaria de admitir (o que fica mais do que evidente na cena do interrogatório). E que o Coringa não deixa de ser uma inspiração distorcida do próprio Batman. Oras, não é nada normal um bilionário se trajar de morcego para espancar bandidos durante a madrugada.

Um agente da ordem. Um agente do caos. Entre eles uma cidade inteira e a alma de um homem: Harvey Dent. O homem que Wayne considera o ideal para substituí-lo quando o Batman aposentar sua cruzada e a mesma pessoa que o Coringa deseja desesperadamente corromper.

O Cavaleiro das Trevas mexe com a audiência ao mostrar como o bem pode se macular ao enfrentar o verdadeiro mal. E é justamente pelos conflitos de ideias que nos provoca – e não somente pelas  espetaculares cenas de ação (tais como a da sensacional batpod) – que o filme se sustenta. Afinal, o Coringa é um oponente muito mais psicológico do que físico ao Batman.

Cris Nolan e seu Cavaleiro das Trevas, um tremendo sucesso de bilheteria, nos provam que um blockbuster não precisa ser um filme descerebrado. Pode ser sim inteligente e muito emocionante!

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